Dependência Química (DQ)
O que é?
A dependência química ou o Transtorno por Uso de Substância compreende um conjunto de sintomas comportamentais e sociais disfuncionais geradores de prejuízos para a vida da pessoa.
O problema é de ordem biopsicossocial, ou seja, tem influência dos fatores sociais, psicológicos e genéticos. A DQ se configura a partir do aumento crescente na frequência e na quantidade de uso de algum tipo de droga que atua sobre o cérebro alterando o funcionamento psíquico.
Em uma região do cérebro responsável pela aprendizagem de emoções consideradas positivas, como a sensação de prazer, é ativado o “sistema de recompensa”.
Como resultado a pessoa volta a buscar no uso da substância a realização imediata do prazer mesmo que isso custe suas relações familiares, seu trabalho ou sua integridade física e psíquica.
Como se classificam as drogas?
Elas são classificadas de acordo com o tipo de reação que estas causam no cérebro, mais especificamente no Sistema Nervoso Central (SNC).
a) Drogas Estimulantes: são as drogas que aumentam a quantidade de atividade do cérebro causando aceleração dos movimentos, dos pensamentos e estado de vigília.
Ex.: cocaína, cafeína, etc.
b) Drogas Depressoras: são as drogas que diminuem quantidade de atividade do cérebro causando lentidão.
Ex.: álcool, opiáceos, solventes, etc.
C) Drogas Perturbadoras ou Alucinógenas: são as drogas que alteram a qualidade do funcionamento do cérebro, ou seja, afetam a percepção sensorial causando alucinações.
Ex.: êxtase, maconha, LSD.
Quais as principais características?
Os sintomas de tolerância e abstinência a substâncias podem indicar uma maior gravidade com relação à dependência.
Tolerância refere-se à necessidade de aumentar a quantidade de substância a ser usada para atingir o mesmo resultado que já foi alcançado anteriormente.
Já a abstinência está relacionada aos sintomas físicos e emocionais que ocorrem quando a quantidade de substância no organismo da pessoa diminui após término do uso.
Há redução no controle de parar o uso da droga mesmo diante das seguintes situações:
-
Aumento em quantidade ou em tempo de uso da substância.
-
Por em risco a própria integridade física e psicológica ou de outras pessoas.
-
Negligenciando suas obrigações com trabalho, com a escola ou no contexto familiar.
-
Afastando-se dos eventos sociais ou em família para manter o padrão de uso.
-
Ocupando a maior parte do dia planejando, usando ou se recuperando do uso.
-
Diante do desejo intenso de fazer uso (fissura).
Qual o tratamento?
O tratamento psicológico compreenderá a psicoterapia individual e a orientação familiar.
Em vários estudos clínicos realizados foi apontada a eficácia no tratamento da dependência química com base no conjunto de técnicas empregadas pelas Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCCs).
O modelo de tratamento via TCC contempla a análise e reformulação dos estímulos internos e externos que ativam no sujeito interpretações equivocadas e desencadeiam o uso de drogas.
Há um enfoque na reestruturação das formas de pensar a necessidade do uso da droga. E soluções alternativas ao uso de drogas serão desenvolvidas para o enfrentamento de situações de risco.
Algumas técnicas são aplicadas para o manejo da fissura e para o enfrentamento de crenças ou pensamentos automáticos permissivos. Consegue-se assim evitar o uso equivocado de substâncias em busca de prazer, gratificação, alívio para um desconforto,
para o sofrimento ou mesmo a solução de algum problema.
Ao substituir as crenças aditivas por crenças de controle da situação, a pessoa irá se potencializar para obtenção de êxito em suas tomadas de decisões e se direcionar cada vez mais a uma vida sem drogas.
Referências: